Dicas de Cultivo

 


Situando as Orquídeas  voltar

As orquídeas pertencem a uma família de plantas subdividida em mais de 1.800 gêneros e cada gênero pode possuir apenas uma, ou centenas de espécies. O número total de espécies oscila em torno de 35.000, espalhadas por todo o mundo. O gênero Adamantinia, por exemplo, possui uma única espécie. O gênero Cattleya, possui pouco mais de 100 espécies, e o gênero Bulbophyllum tem mais de mil.

 
Nome das Orquídeas  voltar

Os nomes das orquídeas são dados apenas em Latim, uma língua morta, para evitar que seu sentido sofra alterações ao longo do tempo, o que acontece rotineiramente com as palavras de qualquer língua viva.

 
Classificação por Habitat  voltar

De acordo com seu hábito as orquídeas podem ser classificadas como epífitas, terrestres ou rupículas. 

  • Epífitas:  Vivem apoiadas nos troncos e galhos das árvores, mas não são parasitas, pois possuem meios próprios de nutrição. Ao contrário da crença que existe em alguns lugares, não sugam a seiva das árvores;
  • Terrestres: vivem como plantas comuns, na terra. Ex: Arundina, Calanthe. Aceitam o plantio em substrato rico em matéria orgânica, por exemplo, terra vegetal + húmus de minhoca + musgo;
  • Rupículas: são as que vivem sobre rochas, mas sempre em locais com algum material orgânico disponível. Ex: Hoffmannseggella reginae (ou Cattleya reginae)


Regras básicas para o Plantio  voltar

A maior parte das orquídeas pode ser plantada em vasos de barro ou plástico, cujo tamanho deve ser proporcional ao tamanho da planta, com espaço suficiente apenas para que ela cresça mais dois ou três anos. Após esse tempo qualquer substrato estará decomposto,  não fornecerá mais nutrientes à planta e será necessário replantar. Eis algumas regras básicas: 

  1. Coloque uma camada de pedras no fundo do vaso (2 a 3 dedos) para permitir a rápida drenagem do excesso de água;
  2. Complete com o substrato adequado e de qualidade. Se houver pó, jogue o substrato em um balde com água para dispersar o pó. Evite o uso de substratos muito finos, pois as raízes necessitam de arejamento;
  3. Algumas orquídeas possuem rizoma que cresce na horizontal como, por exemplo, Laelia e Cattleya, e vão emitindo brotos um na frente do outro. Para este tipo de planta, deixe a traseira encostada na parede interna do vaso e deixe espaço livre na frente suficiente para acomodar dois, ou três, novos brotos. Comprima bem o substrato para firmar a planta, sem cobrir o rizoma, apenas as raízes. Se necessário coloque uma estaca para que a planta não balance.
  4. Algumas orquídeas crescem melhor se receberem tratamento diferenciado no que respeita ao plantio, como alguns Oncidium, Brassavola, Leptotes, ou Capanemia, por exemplo.  Nesses casos, ao invés de vasos, o ideal é “plantar” em placas de madeira como a casca de peroba, ou outra madeira de qualidade semelhante. 
  5. Orquídeas monopodiais (que crescem na vertical), como Vanda, Rhyncostylis, Ascocentrum, devem ser plantadas no centro do vaso, ou serem colocadas em cesto sem nenhum substrato. Nesse caso, exigem atenção redobrada, especialmente se estiverem sendo cultivadas em região de clima muito seco. Deve-se molhar não só as raízes, mas também as folhas, de manhã e à tarde no verão e apenas de manhã no inverno. A adubação deve ser diluída em água. Esse tipo de orquídea gosta de locais com boa iluminação, quentes, e com umidade do ar alta.


Temperatura  voltar

As orquídeas mais comuns em cultivo se adaptam bem em locais com temperaturas entre 15 e 25 ºC. Entretanto, há orquídeas que vegetam em quase todos os climas, desde aquelas que suportam temperaturas muito baixas, como Cymbidium, Odontoglossum, Miltonia, nativas de regiões elevadas. Já outras toleram muito mal o frio. É o caso das orquídeas nativas das imediações da Linha do Equador como C. aurea, C. eldorado, C. violacea, Diacrium, Galeandra, Acacallis.

Assim, sugere-se adquirir orquídeas que se aclimatem bem à região em que vão ser cultivadas. Caso contrário, o cultivo será muito mais trabalhoso, muitas vezes resultando em perda da planta. Felizmente, no Brasil a variação de temperatura é adequada para milhares de espécies.

 
Água e Umidade  voltar

A umidade relativa do ar (quantidade de vapor de água existente na atmosfera) nunca deve estar abaixo de 30%, caso contrário as plantas se desidratarão rapidamente. Em locais, ou nas épocas, em que a umidade relativa do ar é muito baixa recomenda-se, além das regas normais, molhar também o piso com certa frequência.

Nunca molhe as plantas quando as folhas estiverem quentes pela incidência da luz solar. No inverno, molhe as plantas de manhã, na primavera e verão, molhe-as à tarde.

 
Quando devo molhar?  voltar

Ouvimos com freqüência esta pergunta e a resposta é relativa. Se uma orquídea está plantada em substrato misto (casca de pínus, carvão e coco), a rega pode ser feita com intervalos maiores, mas se estiver plantada em piaçava ou casca de madeira, a rega deve ser diária.

A maneira prática é a seguinte: molhar bem e depois esperar o substrato - material em que a orquídea está plantada - secar completamente para poder molhar novamente. Nunca manter a planta permanentemente encharcada. Por isso é útil verificar qual o substrato em que a orquídea está plantada pois, dependendo dele, a secagem pode ser mais rápida ou mais lenta.

Os substratos mais comuns são: 

  • Casca de pínus + carvão + carvão +coxim (fibra de coco): secagem moderada;
  • Musgo ou cubos de coxim: secagem lenta;
  • Carvão ou piaçava: secagem rápida;
  • Casca de pínus: secagem moderada;
  • Mistura de grãos de isopor, casca de pínus e carvão: secagem rápida;
  • Casca ou tronco de madeira: secagem rápida
     

Luminosidade  voltar

Sol é essencial. O ideal é manter as plantas sob uma tela de sombreamento de 50% a 70%, dependendo da intensidade da insolação local. Assim, elas receberão a luz solar de maneira relativamente difusa, mas o suficiente para realizarem a suas funções vitais.

Um bom indicador  do nível da luminosidade a que as plantas estão submetidas é observar a cor das folhas. Se as estiverem com cor verde garrafa, é sinal que estão precisando de mais luz. Se estiverem com uma cor amarelada, estão com excesso de luz. E se estiverem com uma cor verde alface, estão recebendo luz adequada.

O ideal é manter as frentes das plantas sempre voltadas para o sol das 10 horas.

É bom sempre lembrar que há orquídeas que exigem mais sombra. É o caso, por exemplo, das microorquídeas, dos Paphiopedilum e de muitas Miltonia. Para estas plantas pode ser usada uma tela de 80% ou uma tela dupla de 50% cada.

Da mesma forma, há outras que exigem maior nível de luminosidade, como a Vanda teres, Renanthera coccinea, Arundina que, se estiverem sob uma tela, poderão crescer vigorosamente, mas dificilmente darão flor.

 
Adubação  voltar

As orquídeas necessitam de nutrição como qualquer outra planta. Se for utilizar adubos químicos siga sempre as recomendações da bula, mas reduza a concentração pela metade. Se a bula mandar colocar uma colher em um litro de água coloque apenas meia colher.

Essas soluções podem atuar como “adubo foliar”, mas nunca aplique durante as horas quentes do dia para evitar queimaduras químicas nas folhas. Faça-o de manhã, antes do sol forte, ou no fim da tarde, molhando os dois lados das folhas.

As plantas podem ser adubadas semanalmente para um bom desenvolvimento.

As orquídeas absorvem os fertilizantes de maneira muito lenta e em pequenas quantidades. Então, não use concentrações altas de adubo, é desperdício.

Se o adubo for sólido, não solúvel em água, deve ser colocado diretamente no vaso, numa média de uma a duas colheres de chá, dependendo do tamanho do vaso, a cada 2 meses. É preciso cuidado para não jogar diretamente sobre as raízes expostas.

 
Pragas e Doenças  voltar

Plantas bem cultivadas, isto é,  com bom arejamento, boa iluminação, em um local com alta umidade relativa, e bem nutridas, são menos propensas  a pragas e doenças. Falta de arejamento e de iluminação podem ocasionar o aparecimento de pulgões e cochonilhas, que devem ser eliminados por catação manual ou com o uso de uma escova de dente molhada com sabão neutro, se forem poucas plantas. Se o número de plantas for tal que impossibilite este processo, pode-se usar inseticida adequado, com orientação de um profissional.

Planta encharcada pelo excesso de água, ou submetida a chuvas prolongadas, pode ser atacada por fungos e/ou bactérias, causando manchas nas folhas e/ou apodrecimento de brotos novos. Na verdade, o encharcamento não é a causa direta do apodrecimento das raízes. O que ocorre é que os fungos ou nematoides que estavam em estado latente, ao encontrar condições favoráveis, se ativam e atacam as raízes. No comércio existem muitos tipos de fungicidas e inseticidas, mas o manuseio requer cuidados especiais, pois são tóxicos para o ser humano e para outros seres vivos. Para combater pulgões e cochonilhas, pode-se também usar um spray doméstico, tipo mata moscas, baratas, etc, feito à base de água.

 
Quando dividir, plantar e replantar  voltar

A divisão e replantio devem ser feitos quando a planta já não couber no vaso e estiver emitindo raízes novas, o que se percebe pelas pontinhas verdes nas extremidades das raízes, não importando a época. Quando for dividir a planta, cada parte deverá ficar com no mínimo 3 bulbos, tendo-se o cuidado de não machucar as raízes vivas, o que se consegue molhando-as, pois ficam mais maleáveis. Sempre esterilize a lâmina de corte com uma chama ou com álcool antes de usar. Se possível, prefira dividi-la manualmente.

No caso de orquídeas monopodiais, como Vanda, Renanthera, Rhyncostylis, que soltam mudas novas pelas laterais, deve-se esperar que emitam ao menos duas raízes, para então separar da planta mãe.

 
Floração  voltar

De um modo geral, as orquídeas florescem uma vez por ano e cada espécie tem sua época própria. Convém marcar a época de floração de cada espécie e examiná-la periodicamente, pois caso não floresçam você poderá examinar se algo errado está acontecendo com a planta e tomar providências corretivas. Existem orquídeas, como algumas do gênero Vanda, que, se bem cultivadas, podem florescer mais de uma vez por ano. 

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